O Cravo Sagrado: Ferro, Cruz e os Segredos da Proteção Popular
- Cain Mireen

- 14 de nov.
- 2 min de leitura
Na magia popular britânica e também em muitas tradições rurais da Europa e do Brasil o prego de ferro sempre foi visto como um guardião silencioso. O ferro, metal rude, nascido do fogo e da forja, possui uma reputação ancestral como quebrador de feitiços, dispersor de espíritos errantes e dissipador de influências maléficas. Por isso era cravado em portas, postes, cabeceiras de cama e cruzes de madeira, como se o próprio ato de fincar o ferro na matéria marcasse um limite entre o mundo dos vivos e o invisível.
Com o avanço do cristianismo nas terras britânicas, esse uso mágico não desapareceu apenas ganhou nova profundidade. Os pregos tornaram-se símbolos do sacrifício de Cristo, lembrando os três cravos que fixaram o Redentor à Cruz. Para o povo, o ferro que tocou a madeira sagrada tornou-se não só instrumento de dor, mas também selo contra o mal. Assim, o prego cravado na soleira ou no batente passou a ecoar, de modo mágico, o gesto da Crucifixão: um ato que prende, que sela, que expulsa a sombra e afirma a luz.

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